Friday, June 29, 2007
A importância do Sonho!
Presenciamos, actualmente, uma sociedade sem sonhos, uma sociedade de objectivos muito semelhantes, mas sem uma ambição altruísta e moral, ambições egocêntricas onde os meios para alcançar os fins não interessam, e onde, após o alcançar do objectivo, há apenas uma satisfação momentânea, não há felicidade efectiva.
Quem lê esta introdução pensa que, não se relaciona com o futebol e seus contornos, mas a pedagogia é a peça basilar da formação de qualquer jogador, mas mais que tudo de qualquer Homem.
É importante que desde a entrada do jovem no percurso formativo desportivo lhe sejam incutidos meios para este alcançar os seus objectivos, mas mais que isso devem-lhes ser transmitidos traços gerais que o levam a idealizar um percurso, traços que o levem a ser feliz conquistando o seu sonho.
Quem tem o direito de dizer que ele não pode vir a ser um grande jogador de futebol? Quem lhe poderá dizer para esquecer o futebol e dedicar-se a outra actividade? Quem retira prematuramente os sonhos aos jovens, não tem a noção que pode estar a retirar uma das maiores motivações intrínsecas existentes, a luta pelo sonho. Pode estar a deformar um Homem, porque não acreditará que pode quer no desporto, quer na vida alcançar os seus grandes sonhos.
Se um jovem tem uma noção de felicidade, de grande objectivo a atingir, deixem-no sonhar, deixem que o sonho o guie, ajudem-no e aconselhem-no. Vão-lhe mostrando as suas capacidades, dando-lhe a realidade em conjunto com a ambição. Não defendo que se deve mentir, também concordo que se o apoiarmos incondicionalmente e se ele não atingir o objectivo a perda e transtorno será maior, mas será que não foi feliz enquanto lutou? Será que o sonho não o manteve vivo na verdadeira ascensão da palavra? O que vemos hoje são pessoas sem sonhos, mas mais que isso sem grande esperança, com sorrisos parcos, vivendo sem grande aproveitamento dos pequenos prazeres da vida.
É verdade o desporto é vida, por isso comparo a formação do atleta com a vida social, porque ambas se complementam e estão interligadas.
Quando um jovem de onze anos diz que quer ser o melhor jogador, porque não apoia-lo? Dessa forma damos-lhe alento para o trabalho, motivando-o, incutindo a perseverança, a luta pelos objectivos independentemente dos percalços. Dêem-lhes tempo para adquirirem maior noção da sua realidade, lembrem-lhes que há a escola e que nem tudo se cinge ao futebol, motivem-nos para actividades várias, para que se o sonho não se realizar ele já tenha opções para traçar novos rumos, para voltar a se levantar e voltar a traçar novos sonhos, porque não actividades paralelas ao futebol, formar-se e integrar de uma forma diferente o mundo futebolístico.
Transmitam-lhes que está nas mãos deles a forma de serem felizes, que nada nem ninguém os pode impedir se eles não o deixarem. Digam-lhes que se é isso que querem, lutem por isso, esforcem-se e perseverem, correndo a grande etapa da vida com um sorriso e com uma chama acesa à qual chamamos motivação.
Resumindo apoiem o sonho dos jovens, mais que isso, incutam-lhes o sonho, deixem-nos voar, mas não se esqueçam de moderar o voo deles, dando-lhes conselhos, alertando-os, deixando-os eles próprios enfrentarem os problemas ganhando resistência para novos obstáculos e dêem-lhes sempre mais que duas rampas de lançamento para o sonho, para que caso um falhe exista outro que pode muito bem ser alcançado, ou seja, formação no futebol e formação escolar, ambos de braços dados, ambos sustentados, porque o sonho pode-se moldar à realidade, por isso deixem-nos voar, Sonhem!
Wednesday, June 27, 2007
Competição em paralelo com formação: Prós e Contras
É um ponto que, se para muitos é um dogma, para outros continua a ser um centro de questão e debate.
Actualmente, a competição existente na formação de futebol tem “contornos” de competição de adultos, ou seja, jovens em fase evolutiva, lutam para subir, para não descer, para seguir à próxima fase e para vencer campeonatos nacionais.
Isto é apenas um reflexo social, pois se estivermos atentos vemos que estamos numa sociedade cada vez mais competitiva, com mais ânsia de vencer, não olhando a meios para chegar aos fins, uma sociedade que não contempla a vida, não dá espaço ao pensamento profundo, é a sociedade onde quem não é stressado é que está fora do “normal”. Com tanta competitividade não sobra espaço para ter momentos de relaxamento e formação sustentada, criticando o que está mal, ou revertendo a necessidade de ir contra as regras para justificar a vitória.
Urge formar os jovens correctamente, com tempo, com bases sólidas, incutindo valores morais, porque ao formar “hoje” melhor os jovens, vamos ter uma melhor sociedade “amanhã”. É a mais simples verdade, mas que a muitos incomoda ou não lhes convém que assim seja.
Voltando à formação dos jovens futebolistas, a competição é vista por dois grandes grupos, os que são a favor do actual sistema competitivo implementado e, por outro lado, os que defendem somente a formação pedagógica, sem um grande nível competitivo.
Os que argumentam a tese da competição actual têm como premissa a necessidade dos jovens se adaptarem à competição, vivenciando desde cedo o que são as “leis” do futebol, a lei do vencer e não perder e que se não tiverem uma competição real e efectiva não se prepararão para o futuro.
Os que têm a tese de formação pedagógica sem grande competição, argumentam que a pressão exercida sobre treinadores e jogadores é de tal forma grande que leva ao abandono prematuro de jogadores, e a uma evolução não correcta.
Eu tenho uma opinião própria, na realidade uma mescla comparativamente aos dois grandes pólos de discussão.
A competição tem que ser equilibrada, não pode exercer uma grande pressão sobre os jogadores e técnicos. Porquê? Devido ao facto de que ao estar pressionado o técnico vai optar por colocar os jogadores mais capazes no momento contrariando a teoria de que na formação deve-se dar oportunidade aos que têm maior potencial e não aos que estão mais aptos no momento, pois isso levará à desmotivação dos jovens potenciais não regularmente utilizados, não ganharão experiência de jogo e com o tempo poderá levar ao abandono da prática da modalidade. Mesmo para os próprios jogadores a pressão de descer de divisão, impedirá que estejam mais relaxados para no jogo evoluírem e explanarem a sua criatividade e perícia, restringindo ao jogo táctico e muito disputado. A nível do treino o treinador não terá tempo para explorar alguns aspectos pertinentes a nível de evolução efectiva do jogador, como a técnica e aperfeiçoamento e treinará e valorizará em grande escala, desde cedo, as funções físicas e fisiológicas do jogador e a exaustão táctica. Outro factor importante que é subjugado sistematicamente por esta competitividade é o factor moral. Deixa-se de parte a construção da personalidade sã dos jogadores, para valorizar em demasia a vitória, não olhando a meios para atingir os fins, o que pode tornar o jovem um Homem menos íntegro, se este não souber filtrar a informação e tiver consciência plena do bem e do mal.
Por outro lado não concebo uma evolução sólida de um jogador sem alguma competitividade, pois não saberá lidar com a ansiedade e responsabilidade e poderá negligenciar o treino, ou seja, despreocupar-se-á de trabalhar em plenas condições pois sabe que não tem grande responsabilidade. A presença de competição é um factor fundamental para a evolução sustentada do jovem.
A grande questão está em activar mecanismos que permitam a remodelação do sistema vigente de competição na formação. Não é saudável uma competição acabar para os clubes que não passam à segunda fase, terminando assim a época prematuramente, sensivelmente em Abril ou Maio, se não mais cedo. Mas o pior é que esses clubes sessão quase que instantaneamente a actividade, ficando os jovens, que necessitam de treino, sem treinar durante quatro meses, por vezes.
Uma hipótese é fazer campeonatos mais prolongados, ou por outro lado competições e torneios amigáveis regionais, de forma a promover a continuidade do funcionamento das equipas. Quanto ao nível competitivo dever-se-á escutar treinadores, dirigentes desportivos, pedagogos, recursos humanos com suporte científico e prático na área de futebol de forma a proceder a uma remodelação salutar do quadro competitivo na área do futebol de formação.
Monday, June 25, 2007
A captação de jovens e separação do seu “mundo”
Antigamente a captação de jovens para os grandes clubes acontecia com jogadores de quinze/dezasseis anos que se instalavam em albergues do clube, procedendo a partir daí à sua especialização futebolística.
A evolução da indústria do futebol e consequente contratação de jovens talentos levaram os clubes a inflacionarem-nos e, assim, neste mercado tão competitivo e com jogadores muito novos a valerem já grandes somas, o futuro está na captação de talentos ainda na sua fase primária de formação, com oito, nove e dez anos.
Enquanto, que, anteriormente, os clubes competiam pelos melhores jogadores séniores, agora competem pelos melhores talentos potenciais, numa “guerra” desenfreada que põem em causa a evolução dessas jovens promessas.
Os clubes alargam a sua captação por todo o país e estrangeiro procurando os que têm maior potencial, os que pensam que a médio prazo vão poder ser rentabilizados.
Neste nível é também dizer que cabe a Portugal e seus clubes terem a função de formação pois como é sabido os clubes não têm capacidade financeira e devem-se centrar na formação de talentos e aposta neles para depois rentabilizar os investimentos, ou seja, vende-los aos poderosos clubes europeus.
Retomando o assunto captação, recentemente assistiu-se a uma disputa por uma jovem promessa de oito anos! Benfica e Sporting disputaram “taco a taco” a contratação deste jovem jogador. O Benfica foi quem primeiro contactou o jovem e seus pais, levou a criança ao estádio, apresentou-lhe os jogadores da equipa principal e acordou amigavelmente com os pais que quando fosse altura ideal o jogador seguiria para Lisboa. Porém o Sporting entrou na corrida, apresentou um pré-acordo aos pais do jogador e estes assinaram, sendo que neste momento a criança passou a ser “propriedade” do Sporting que dentro de algum tempo o levará para a Academia.
As abordagens foram diferentes e a do Sporting levou a melhor, talvez devido ao seu historial de aposta nos jovens, talvez por outro qualquer motivo. Não é essa a questão que vou debater.
Fala-se de contratações, abordagens, pré-acordos, dinheiro, futebol e no meio disto onde está a criança de “apenas” oito anos? O que sentirá esta no meio de tanta concentração em seu redor?
Pois bem tenho algumas ideias quanto a isso. Com oito anos o facto de o estar a restringir a uma modalidade só por si já é alarmante. É certo que há jovens que começam com cinco e seis anos no futebol, mas depois mais tarde o que se vê? Jovens que têm algumas discrepâncias a nível evolutivo, ou seja, tem grandes grupos musculares super desenvolvidos e outros não compensados, têm capacidades super desenvolvidas e outras descompensadas. Mas com acompanhamento devido poder-se-á prevenir essas descompensações.
Contudo a criança não deve ter um grande grupo de vivências que lhe permite ter um leque de experiências e conhecimentos que lhe permitem ultrapassar de uma melhor forma os problemas e ser mais crítico e sabedor? A diversidade desportiva deve ser tida em conta pela criança e por quem a tutela.
Ao especificar a criança ao futebol a partir dos dez/onze anos com vários treinos semanais e com grande carga horária lectiva onde sobra o espaço para ela brincar? Para falhar e corrigir? Para descobrir o mundo que o rodeia? A consequência é brincadeira nos treinos ou brincadeira nas aulas e depois não se podem queixar os professores e treinadores, porque apesar de futebolista e estudantes ele ainda continua a ser uma criança em formação e desenvolvimento que tem todo o direito de viver com a alegria própria da infância.
Dizem que tem de optar muito jovem, ou jogas futebol e te responsabilizas ou vai para outro clube que te dê mais liberdade. Sem dúvida que se optar por ter treinos intensivos irá ter maiores probabilidades de ser um grande jogador, mas também não terá tanto tempo para se formar intelectualmente, aprender a ter suficiência para ultrapassar os problemas, aprender a distinguir o correcto do incorrecto, ter a liberdade de ir ao parque, ao jardim, ao rio e desfrutar da vida natural.
O jovem que é encaminhado de cedo para os clubes e são mantidos nas academias perdem cedo a ligação com os pais e eu pergunto até que ponto isso não pode interferir com a formação mental/emocional do jovem. Onde estarão as suas referências afectivas? Quem lhes dará conselhos sobre os namoros, os estudos, os amigos? Podem dizer que a criança se torna independente mais cedo mas será verdade? Até que ponto o seu grau emocional não será afectado? Saberá com doze anos pensar que tem de estudar porque o futebol não lhe poderá trazer benefícios e terá de ter uma formação académica para ter uma vida estável? Uma criança de doze anos que se vê com todas as regalias e a jogar futebol terá predisposição para estudar e ter um grande grau académico? Os que chegam com sucesso à ribalta do futebol não necessitam se calhar tanto dessa formação académica mas e onde ficam todos os jogadores que não chegaram aos grandes palcos futebolísticos? Possivelmente ficarão sem estudos e sem futebol, ou seja, terão de repensar a sua estratégia pessoal? E aqueles jogadores que não seguiram mais os estudos e que conseguiram jogar futebol em clubes medianos até ao limite etário? Será que vão ter resguardo financeiro para suportar o resto da sua vida, sabendo que a esperança média de vida continua a aumentar? Pois é o centro da questão leva-me a pensar, será conveniente cortar abruptamente a ligação pais-filhos e levar a criança cedo para as academias? Será conveniente especificar a criança para o futebol e deixar-lhe a ponderação sobre a sua continuidade nos estudos? Podem argumentar que em alguns clubes “obrigam” os jogadores a estudar e a frequentarem a escola, mas pergunto se isso é efectivo, se verdadeiramente os encorajam a se formarem e continuarem os estudos, se lhes dão condições horárias para isso…Um jovem que por vezes tem treinos bidiários terá capacidade mental e emocional para ainda ir estudar? O futebol formação e captação tem muito a ponderar, porque não estamos só a lidar com jogadores, estamos sim a lidar com jovens ser humanos que estão em processo de crescimento biológico e mental e que necessitam de todo o acompanhamento possível para discernirem convenientemente o que será realmente importante para a sua vida futura.
Friday, June 22, 2007
Potencialidade e Paciência v.s. Rendimento Momentâneo e Impaciência
Todos diferentes, todos iguais! Uma frase muito celebre, reconhecido nos direitos humanos, mas que pode ser muito bem aplicada no “mundo” complexo da formação de jogadores.
Desde que nascemos até morrermos, temos diferentes etapas evolutivas, mentalmente, fisicamente e biologicamente.
Há médias estipuladas para cada fase, ou seja, em determinada faixa etária a média é ter a determinada altura, peso, massa corporal, mentalidade entre tantos outros factores.
Porém todos têm o seu nível de desenvolvimento. Uns têm um desenvolvimento precoce, outros crescem dentro da média e, por fim, alguns demoram mais algum tempo a se desenvolver.
No futebol a pressão competitiva afecta, desde de tenra idade, os jogadores, assim como os treinadores. A muitos responsáveis técnicos são exigidos resultados competitivos, ou seja, contempla-se a vitória e a classificação e menospreza-se o desenvolvimento dos atletas.
Assim, o jovem que tem um desenvolvimento físico e biológico precoce tem maiores probabilidades de jogar pois é mais forte, mais rápido, mais ágil, mais potente, mais capaz. Estão mais desenvolvidos e aptos a vencer, correspondendo assim aos objectivos dos treinadores, a vitória.
No meio deste processo há muitos que ficam para trás, os jogadores com menor desenvolvimento momentâneo, os que naquele momento não correspondem ao exigido a nível físico. Desta forma, não adquirem ritmo competitivo, desmotivam-se chegando mesmo ao ponto de ponderarem a desistência.
É de relembrar que no final da etapa evolutiva, a maioria dos jovens estabilizam, ficam com o mesmo tamanho e peso uns dos outros e, só nessa fase, se contempla as capacidades técnico/tácticas.
Nessa fase já pode ter sido tarde para os que tiveram um desenvolvimento mais moroso. Nesta fase os que tinham a início um grande porte atlético são muitas vezes excluídos da competição. Porquê? Porque enquanto se distinguiam pelo físico jogavam e com a competição evoluíam, mas depois todos os outros chegaram ao seu nível de desenvolvimento e, nessa fase, já não tem tantos argumentos que o distingam.
Não estou a menorizar a capacidade dos mais altos ou mais fortes, estou apenas a defender que não se deve olhar tanto para o desenvolvimento momentâneo, mas olhar sim para o potencial. Os mais baixos e menos desenvolvidos, podem ter grande qualidade potencial, porém como não são explorados, perdem as primeiras fases de evolução competitiva o que diminui a sua possibilidade de explanação potencial. Se o treinador tiver paciência e esperar a sua evolução a nível físico e o colocar regularmente a competir, vai evoluir e se desmarcar dos outros não pelo tamanho mas sim pela qualidade.
Se antes estava só a falar de tamanho, falo agora de potencial. Os treinadores põem a jogar os mais aptos naquele momento, mas poderá haver aqui uma questão. Há atletas que se desenvolvem muito rapidamente a nível técnico/táctico e assim levam vantagem sobre os outros, porém estes que se desenvolveram tão cedo vão estagnar possivelmente mais rapidamente, ou então, só irão evoluir a nível de maturação de jogo. Enquanto isso há outros com maior potencial, mas que demoram mais algum tempo a explanar o seu nível técnico/táctico.
O segredo está em não optar pelo mais apto no momento, mas fazer uma distinção de potencial, ou seja, captar os que maior potencial têm e dar-lhes tempo e oportunidade para se desenvolverem, pois, mais cedo ou mais tarde, vão-se adaptar e conseguir praticar a um grande nível.
Dever-se-á fazer uma equipa mesclada entre jogadores mais evoluídos e os com mais potencialidade, para que a médio prazo se tenha um grupo de jogadores com grandes capacidades pois tiveram oportunidade de evoluir mesmo que o seu nível de evolução fosse mais moroso.
Como mensagem final, digo que se deverá procurar o potencial inato e dar mais valor à evolução do jogador a médio/longo prazo, do que ao resultado momentâneo, pois se ele evoluir correctamente, quando for mais maduro, estará então mais apto e capaz a ser um grande valor a nível futebolístico.
Wednesday, June 20, 2007
O “tacto” pedagogo dos treinadores de formação
Em formação, o treinador não se deve limitar a ser um mero “artesão” de jogadores. Em muitos clubes continua-se a assistir aos treinadores de formação que lidam com os jovens como se esses fossem adultos, ou pior, são de tamanho autoritarismo que não escutam os seus atletas, não os acompanham, não conhecem realmente os jovens com quem lida, preferindo “apenas” assistir ao desenvolvimento, ao rendimento e à vitória. Se não rende, o jogador não é eleito para jogar, se não evolui não joga, se tem culpa num lance ou faz um mau jogo, no próximo poderá já não ter lugar.
Não se preocupam em procurar causas, não têm um diálogo com o jogador que possa sondá-lo e perceber os seus receios, ambições e sonhos.
Também há os treinadores que com a obsessão da vitória, utilizam o jogador necessário passando por regras de consciência, injustiçando jogadores, usando e abusando da boa vontade dos atletas, não olhando para o potencial futuro, mas para o rendimento momentâneo.
Obviamente nem todos os treinadores de formação têm estes defeitos, mas ainda se assiste regularmente a estes casos, que são “trágicos” para o futebol. Porém mesmo este tipo de treinadores têm qualidades, só que não são específicos para a formação de jovens.
Começando nas escolinhas, cabe ao treinador dar uma formação ao nível do desenvolvimento motor e técnico da criança. Simultaneamente deve formar-lhes a personalidade de uma forma correcta, incutindo valores essenciais como os de trabalho em equipa, sacrifício, ambição, trabalho contínuo, confiança, perseverança, dedicação, lealdade, respeito, tolerância e honestidade.
É nesta faixa etária que se criam os “suportes básicos” do atleta, mas mais que isso, do Homem, que tem uma vida quotidiana e que deve transportar os bons valores desportivos para a escola, para casa, para onde quer que vá!
Se o jovem adquirir todos estes valores mais facilmente evoluirá, no plano futebolístico pois trabalhará para obter melhores resultados, saberá lidar com os problemas e terá capacidades de socialização. Todos estes valores também serão importantes para na escola ter motivação para trabalhar e obter uma boa formação curricular. É da competência do treinador alertar os jogadores para o trabalho escolar, para a sua formação académica, pois se como jogadores não alcançarem grandes resultados, como alunos irão ter recursos para ter uma vida estável.
O treinador deve dialogar regularmente com os jovens, escutando os seus pensamentos, tanto no futebol como na vida “normal”. Tem de ser um amigo no timing certo, mas deverá ter o distanciamento necessário para não perder a “chefia” de treinador, pois os treinadores demasiado permissivos acabam por ser tão brandos que não auxiliam os jogadores na sua formação.
Também é da incumbência do treinador aproximar os pais do futebol, não permitindo porém que estes se tornem obstáculos, pois há pais que se “intrometem” em demasia no funcionamento de uma equipa, “exigindo” determinadas acções do treinador e do seu filho.
O treinador deverá dialogar com os pais no sentido de estes acompanharem os filhos nos jogos, apoiando-os, motivando-os. Atenção! Deverão os pais serem alertados para não darem indicações aos seus filhos pois isso perturbará o discernimento e recepção de informação do jovem que em campo só deverá ouvir os conselhos do seu treinador.
Devem sim apoiar o filho, aplaudir mesmo que erre, no jogo. Em casa devem falar sobre o jogo, reflectirem sobre o que esteve bem e mal e deixar o filho encontrar a solução para resolver o seu problema. Também podem nos tempos livres ir passear com o filho e jogarem descomplexadamente facultando um desenvolvimento técnico espontâneo.
O treinador deve então instruir os pais, mas também deverá estar receptivo a aconselhamentos e deverá procurar informar os pais da maneira que tem trabalhado, a finalidade, os objectivos a cumprir, para que estejam mais atentos e sensibilizados ao percurso formativo do filho e para que percebam as atitudes do treinador.
A acção do treinador deve corresponder ao que este incute, ou seja, se ele incute coerência e ambição, as suas acções devem corresponder à teoria, pois, caso contrário, provocará efeitos possivelmente danosos na formação do jovem.
A formação técnica e mental do jogador deve numa fase inicial ser a prioridade do treinador, se possível, a isto, deve aliar vitórias que corresponde à ambição e habituação a ganhar, sendo que nas derrotas deve retirar a ilação e junto com os jogadores procurarem discutir a causa e resolve-la.
O atleta tem de ser formado segundo regras específicas, é preciso ter cuidado para não formar mal o jovem, pois isso terá repercussões nocivas à sociedade, pois um mau desportista a nível de valores será provavelmente um Homem de igual categoria.
Desta forma a regra geral é sensibilidade, moldando da correcta forma os jovens, tendo paciência, persistindo e não desistindo deles, pois o que hoje parece difícil amanhã poderá resultar. Formar Grandes Homens e Grandes Atletas, num único ser!
Formação e/ou aquisição
No futebol de alto rendimento, o trabalho e resultados a curto prazo são os exigidos necessariamente. Poucos são os que pretendem uma continuação de trabalho, pelo menos no intuito de progressão sustentada, com resultados visíveis a médio/longo prazo, pois a pressão e tal que a via mais fácil é sucumbir à exigência do resultado a curto prazo.
Para atingir resultados num curto espaço de tempo, é necessário adquirir jogadores capazes, ou seja, jogadores experientes e de valia. Barato e bom é cada vez menos acessível em jogadores experientes ou reconhecidos. Barato e bom em jogadores com experiência talvez só nos campeonatos com equipas menos poderosas financeiramente, porém “metade” dos que se deslocam para Portugal, parte meia época ou época depois, por não se ambientarem, por não justificarem o investimento, por, por, por…
Enquanto esses jogadores chegam, os novos, as promessas portuguesas, ficam “retidos” em clubes que não os favorecem na aquisição de conhecimentos e não são propícios para a sua correcta evolução.
Aquisição de jogadores estrangeiros é bom, muito bom, mas só se estes forem de real valia, tendo maior capacidade dos que os existentes no mercado nacional, pois, caso contrário, estão a tapar vagas de jovens promessas, que esperam pela sua oportunidade.
A formação em Portugal é cada vez mais eficiente, surgem melhores jogadores, pelo menos mais capazes, mas muitos deles acabam a jogar em clubes de inferior nomeada, não por não terem qualidade, mas sim por não lhe serem concedidas oportunidades reais, esperando determinado tempo para confirmar (ou não) as suas capacidades.
A formação tem de ser concretizada, ou seja, os maiores clubes têm necessariamente de conceder espaço para a progressão destes jovens no seu plantel principal, apostando neles, motivando-os, confiando, esperando pacientemente pela sua evolução e comprovação da real valia.
De que serve investir avultadas somas financeiras nas camadas de formação se depois não há retribuição, não há aposta nesse investimento. Para não se apostar nos jovens não vale a pena gastar com as camadas de formação a grande nível, deixando apenas um espaço para a prática de futebol e evolução mas sem gastos avultados. Porém se a aposta é feita nas camadas de formação tem que se rentabilizar, apostando nos jovens valores, esperando pela afirmação destes, acolhendo-os nos seus planteis.
Outro grande exemplo, os clubes que contratam jovens jogadores oriundos do estrangeiro, fazem um excelente investimento, porém é só o princípio pois no término da formação não lhes concedem oportunidades de brilharem.
O futuro penso que passa por aqui, apostar na procura de jovens talentos oriundos do estrangeiro e matura-los em Portugal, ambientando-os com o futebol nacional, acolhendo-os nas camadas de formação, permitindo uma integração sã para que aquando séniores esses talentos já estejam perfeitamente ambientados com o futebol nacional. Não quero com isto dizer que não se aposte nos jovens portugueses, quero dizer sim que se é para contratar estrangeiros, que se contratem enquanto jovens, para se ambientarem, para evoluírem nas camadas de formação. Desta forma é mais barato e o risco do investimento decresce, pois se esse jogador não vir a render, não é tão danoso o prejuízo.
Após terminada a etapa de formação terá que haver a selecção de talentos, fazer a triagem dos que tem real potencialidade para integrar o plantel sénior a curto/médio prazo, ou os que será melhor encaminhá-los para clubes onde possam seguir a sua carreira futebolística, caso o entendam.
Mas essa triagem tem que ser rigorosa e efectiva, terá de haver necessariamente jogadores aptos a integrar o plantel principal, ou caso contrário, o departamento de formação terá de remodelar a sua actuação em termos de formação e captação.
Porque não reformular as políticas de contratações? As políticas de formação de planteis? Em Inglaterra nem todos os jogadores podem ser contratados, só os de real valor, ou pelo menos, os que as entidades responsáveis entendem ser bons para liga. Desta forma reduz a possibilidade de integração de jogadores “menos dotados” e por consequência a aposta real nos jogadores da formação, sejam eles de origem nacional ou não, integram os que estão na sua formação.
A aposta nos jovens em Portugal ainda é muito pequena e isso deve-se à necessidade de resultados a curto prazo. Porque não planos a médio prazo? Apostar em jovens, inclui-los nos planteis, faze-los mostrarem o seu potencial. De certo que existem vários jovens capazes, falta-lhes a aposta, a confiança, a paciência dos responsáveis pela sua inclusão.
Em suma, é financeiramente mais barato e futebolisticamente mais eficaz apostar em jovens formados nas camadas de formação, jovens captados em Portugal e no resto do mundo, para que todos se possam ambientar com o futebol nacional de formação e para que lhes sejam concedidas hipótese de afirmação.
Apostar nos jovens é urgente sejam eles de que origem forem!
Monday, June 18, 2007
José Mourinho “moldador” da mente
Toda e qualquer acção está dependente do poder mental. Como tal, quando se pretende modificar uma acção, sistematizar e corrigir, tal só é possível se houver um treino contínuo e sistemático. Um exemplo prático, quando iniciamos a condução os movimentos não são espontâneos, é necessário interpretar, deliberar e agir, logo demora muito tempo até tomar a acção, porém com a prática sistemática tornamos a condução mais fácil e reagimos mais rapidamente e eficazmente às acções, isto deve-se à habituação de acção que desencadeia uma reedição e aprendizagem inconsciente.
O inconsciente é então a “chave” do sucesso Mourinho. Treinos físicos isolados? De que vale o jogador estar em boas condições físicas se não consegue realizar os movimentos e acções necessárias ou se não se encontra nas melhores condições mentais? “Mente sã em corpo são”, regra aplicada a Mourinho, a mente é gerida por este em todos os treinos, se quer que a equipa renda, trabalha o seu desenvolvimento técnico/táctico. Como? Com treinos baseados em princípios específicos de jogo, com sistematização de acções, com a habituação, com a interiorização inconsciente. Hierarquizando todo o meu pensamento.
Primeiro, no jogo grande parte das acções e movimentos são tomados inconscientemente, ou seja, tomamos a acção rapidamente quase que sem a deliberar, é um acto rápido e aprendido, algo interiorizado. Logo, se pretende Mourinho melhorar e corrigir lacunas deve actuar no sistema inconsciente dos seus atletas, reformular as suas acções inconscientes. Para tal só há uma forma de aprendizagem, a acção contínua e sistemática. Onde? No treino, com situações que proporcionam vivências, situações repetidas e rotinadas para que rapidamente a acção se torne inconsciente. Mas mais fácil se torna a interiorização quando o exercício proporciona uma vivência de jogo, mas ao mesmo tempo um reforço positivo, por outras palavras, proporciona um sentimento agradável que mostra que o exercício tem um objectivo e que se realizar tal acção é mais provável a eficácia. Assim, um exercício de treino deve proporcionar uma vivência específica de jogo e um reforço positivo, com um grau de complexidade variável.
Porquê uma vivência específica de jogo? Durante o jogo a realização da acção está dependente de duas fases, a interpretação/deliberação e a acção. Portanto se proporcionar uma vasto leque de vivências no treino, maior será a retenção inconsciente e a retenção na memória, desta forma no jogo irão reconhecer um maior número de situações e mais rapidamente reagirão de forma imediata, diminuindo o tempo de reacção, aumentando a eficiência de acções.
Um tópico muito explorado por Mourinho é a concentração. Esta tem tal relevância que quando Mourinho se refere à intensidade do treino, não se refere ao nível físico mas sim de desgaste emocional provocado pelas peripécias emocionas mas sobretudo pelo desgaste a nível de concentração, sendo directamente relacionado com a complexidade do exercício. Quanto maior for a complexidade do exercício, maior será exigido a concentração e por sua vez o desgaste mental, por isso, cada exercício é de curta duração mas de complexidade média/alta, salvando os casos após o jogo em que o treino tem exercícios de baixa intensidade mental de forma a preservar a recuperação emocional. A concentração é muito trabalhada por Mourinho, pois se os jogadores estiverem concentrados irão integrar informações mais rapidamente e no jogo irão se abstrair de factores externos. O nível de concentração em parte também auxilia a lidar com o factor ansiedade, pois se o jogador se focalizar no objectivo e não estiver alerta perante situações não relevantes irá controlar um grande inibidor de rentabilidade, a ansiedade. Os treinos de Mourinho raramente excedem a hora e meia, pois segundo ele esta é a marca de referência da hora e meia de jogo, sendo que não vale a pena ter treinos de grande duração e descontinuados, os treinos de Mourinho regra geral são de curta duração mas continuados sem grandes interrupções, explorando o nível de concentração contínuo.
O controlo emocional é de extrema importância, no jogo, depara-se, o atleta, com situações adversas, com falhas, com lacunas, porém se este estiver ciente do seu estado e do seu objectivo irá reformular a sua auto-crítica e melhorar. Um exemplo prático, no jogo os passes saem sucessivamente mal a um jogador, este interiormente pensa “estou a falhar muitos passes”, porem as seguintes frases separam os jogadores controlados dos que não lidam bem com o erro, o jogador controlado pensa, “estive quase, porém no próximo passe certamente vou conseguir”, enquanto o jogador que sucumbe à pressão pensa “falhei, não estou bem, vou-me tentar afastar dos próximos lances para não falhar”. O jogador que reage bem aos erros e é perseverante realiza mais facilmente melhores exibições, nunca se deve desistir ou desanimar, tem o jogador que pensar que é capaz e que enquanto estiver em campo fará de tudo para acertar. O papel motivacional vem então à baila, se a motivação intrínseca do jogador é extremamente importante, a sua confiança, a sua luta pelo objectivo, o querer mais e perseguir o seu objectivo incessantemente é de facto grande suporte, o factor motivacional extrínseco é sem dúvida grande factor, todos se devem motivar, apoiar e cooperar, suportando erros, sendo tolerantes, enfrentando juntos as tristezas e alegrias, instigando-se por mais e melhor. O treinador como Mourinho sabe sensibilizar os seus jogadores para a vitória em qualquer jogo. Como? Se há jogos que só por si motivam os jogadores, como as grandes finais ou confrontos com grandes adversários, há outros jogos ou situações como um nível acentuado e continuados de vitórias que podem deixar os jogadores descomprimidos. Nestas situações de relaxe José Mourinho alerta os jogadores, fazendo-os ver que apesar das suas capacidades são falíveis. Assim, nos treinos realiza exercícios de tal forma complexos que levam à falha, por parte dos jogadores, desta forma, os jogadores ficam de alerta sabendo assim que são falíveis e que devem estar precavidos contra falhas e relaxamento exagerado.
No entanto, há jogos que à partida a equipa não é favorita à vitória, nessas situações Mourinho motiva de tal forma os seus jogadores que estes se superam em jogo. O poder mental consegue levar um indivíduo a realizar tarefas que nunca pensou conseguir realizar. Uma prova cabal é o instinto de sobrevivência. Quando alguém está em risco e necessita de sobreviver a sua força aumenta exorbitantemente, é algo inexplicável, porém isso tem a ver com a vontade de sobreviver. Desta forma se a vontade de ganhar for de tal forma grande e esse pensamento for de tal forma persistente o jogador poder-se-á superar e realizar uma excelente exibição.
O controlo emocional é dominante nos grandes atletas, pois conseguem suster as reacções primárias, os ímpetos relacionados com as “picardias” de jogadores adversários e conseguem lidar com os seus próprios erros e factores de descontrolo emocional.
Estabelecendo a relação físico-psicológico. No jogo é vulgar dizer que um jogador está em má “forma” quando se apega em demasia à bola. Mas se estivesse em má forma física não correria com a bola, não teria forças ou capacidade para tal, o que na verdade influencia é o factor discernimentos/controlo mental, o jogador que controla bem a sua capacidade global mental sabe mais rapidamente como entregar a bola e a quem, está concentrado, repara nos apoios e rapidamente verifica as opções e age em conformidade.
O treino puro físico ou exercícios com bola que só exigem físico tendo a bola para “enganar”, estão na perspectiva de José Mourinho (e na minha) ultrapassados. Se os jogadores treinarem situações específicas de jogo estão a treinar ao mesmo tempo os grupos musculares específicos da sua posição. A especificidade de acção é assim contemplada, o físico especifica-se àquela posição e acções exigidas.
O factor integração de um jogador é essencial. Quando este chega ao clube mesmo que esteja com padrões razoáveis no índice físico não se integra logo na posição. Porquê? Por causa da especificidade de acção, a integração depende do treino específico que retrata situações de jogo, logo a integração é feita com treinos que retratam situações específicas de jogo e por consequência da sua posição e acção.
Por fim, o factor integração depende de situações específicas. Por exemplo, o tipo de marcação influencia a integração e o factor união e espírito de grupo. Se na marcação homem a homem o jogador preocupa-se basicamente a impedir o seu adversário de jogar, na marcação à zona há uma interacção entre jogadores, avisando as movimentações dos adversários, compensando os seus colegas de equipa, estimulando assim a comunicação e relações inter-grupais entre colegas de equipa.
Mourinho mais que um treinador é um moldador da mente, consegue relacionar o psicológico com o físico, é isso que o distingue da maioria dos treinadores.
De uma forma sumária penso que retratei alguns traços de acção do Melhor Treinador do Mundo e de um dos melhores Líderes, José Mourinho.
Vaz Tê
Nome: Ricardo Vaz Tê
Nascido em: 01/10/1986
Nacionalidade: Portuguesa
Clube actual: Bolton
Posição: Avançado centro / esquerdo
É provavelmente o jogador com maior potencial no que diz respeito a avançados centro portugueses. Com uma “vaga em aberto” na selecção principal, Ricardo pode certamente vir a ser o homem certo para preencher essa posição.
Desde novo no futebol inglês, tem vindo a amadurecer, a potencializar as suas capacidades, a aperfeiçoar detalhes e, neste momento, estará perto de num curto prazo integrar a selecção principal de Portugal.
Alto, possante, joga em toda a largura da linha avançado, podendo ser mais rentabilizado no centro do ataque ou descaído para a ala esquerda.
Boa técnica individual, rápida execução, bom a preencher os espaços e nas desmarcações. Recebe e é rápido na rotação com bola, sabe suportar as cargas e atacar o “um para um”, elemento importante na zona de finalização.
Remata facilmente com ambos os pés, e tendo uma capacidade razoável de cabeça, poder-se-á dizer que é o elemento adequado para o centro do ataque. Porém descaído para a ala, pode aparecer nas penetrações da área sem marcação directa, o que origina lances de perigo.
No fundo é o “homem” do ataque, com uma excelente capacidade, devendo ser-lhe dadas oportunidades para provar o seu enorme potencial.
Lita
Nome: Leroy Halirou Lita
Nascido em: 28/12/1984
Nacionalidade: Inglesa
Clube actual: Reading
Posição: Avançado centro
Mais um “produto” de origem africana, mais precisamente do Congo. Lita fez na época 2006/2007 uma época fantástica, sendo a referência ofensiva da sua equipa.
Um jogador possante, perseverante, tem uma entrega inexcedível ao jogo, atacando e defendendo do princípio ao término do jogo.
É uma avançado móvel, caindo várias vezes nas alas, fazendo uma descompensação na equipa adversária, aliando ao bom posicionamento sabe se movimentar dentro de área não se dando à marcação e aparecendo várias vezes em situação de finalização.
A nível técnico consegue recepcionar bem a bola e progredir com esta, sendo que a grande qualidade está no remate fácil e espontâneo que surpreende o adversário. Possui uma velocidade de ponta que permite encarar o adversário no “uma para um”, sendo que tem sempre o objectivo da finalização, egoísta moderadamente o que reforça a sua capacidade.
É um bom finalizador, podendo melhorar quando aperfeiçoar a sua concentração no momento final.
Jovem tem muito para evoluir, mas de certo que vai dar mostras de grande jogador, que já o é.
Nikola Petkovic
Nome: Nikola Petkovic
Nascido em: 28/03/1986
Nacionalidade: Sérvia
Clube actual: Vojvodina
Posição: Médio centro/esquerdo
Médio de grande capacidade atlética. Esquerdino, tem uma aceitável capacidade técnica, aliada a rapidez de movimentos. Bom passe, recepção e progressão com bola, descaindo para a ala esquerda ou derivando da ala para o meio, rematando com grande frequência de média/longa distância, com um remate forte, colocado e espontâneo, não necessitando de grande preparação para o aplicar.
Dá uma boa cobertura defensiva, acompanhando os seus colegas, é um jogador dotado de grande perseverança e iniciativa. Com vinte e um anos de idade tem uma grande margem de progressão o que certamente, no caso de ser bem rentabilizado, proporcionará um jogador de eleição.
A origem do talento
Deparamo-nos, hoje, com uma realidade incontornável. A origem dos jovens talentos vem de locais adjacentes aos centros urbanos, de classes sociais média/baixa.
Classes sociais média/baixa porque? Não têm tanta disponibilidade financeira, o que não permite dar aos seus filhos os mais recentes jogos informáticos, ou aparelhos audiovisuais que “retenham” os filhos em casa.
O computador, a televisão, os jogos informáticos “prendem” os jovens em casa, não permitem que estes explorem a rua, que brinquem normalmente, que adquiram faculdades psicomotoras, que desfrutem do contacto com a natureza e com a realidade, que joguem futebol na rua sem complexos, sem pudores, joguem no largo, na estrada, no descampado. A taxa de sedentarismo aumenta na população infantil, os jovens não aprendem a resolver os problemas na rua, não aprendem a correr, a magoar-se, a enfrentar os medos. Não têm grupos de amigos fisicamente, aqueles grupos em que estão presente continuamente a estimulação física, desde a uma simples corrida, a uma organização de um jogo de rua espontaneamente.
Em vez disso, temos hoje a reunião pela internet, onde, sentados numa cadeira, os jovens jogam futebol, mas no computador, passando dias no quarto, em interacção com amigos virtuais ou não, mas sem presença física. O contacto físico, o aumento da tonificação muscular, a estimulação da condição física, desaparece dando lugar ao sedentarismo, à perda de capacidades motoras, perceptivo-cinéticas, ingerindo alimentos altamente nutricionais, que aumentam o índice de massa gorda corporal. A consequência é perda de potenciais jogadores e pior aumento da obesidade e excesso de peso infantil, aumento da probabilidade de doenças, o problema social do século.
Resumindo, os jovens, de classes média/baixa, têm que se recrear sem ser pela inactividade de jogos informáticos, ou seja, saem à rua, encontram amigos, correm, saltam, caem, levantam-se, magoam-se, recuperam, estão predispostos para a actividade física e para a capacidade de sofrimento. Depois têm a espontaneidade, basta-lhes uma bola e têm um jogo de futebol. Procuram utensílios que simulem balizas e, rapidamente, começam a jogar, em um para em, dois para dois, vários para vários, o que interessa é a bola, é ganhar, é levar melhor ao colega, melhorar para derrotar os seus amigos, melhorar e superar-se. A técnica evolui espontaneamente desde a tenra idade e temos dentro de algum tempo jovens potenciais. É na rua que nascem os grandes jogadores, porque desde jovens aprendem a querer melhorar o seu índice técnico, a defender e atacar melhor, jogam contra os mais velhos e descobrem novos “truques”.
Enquanto, os referidos anteriormente, passam uma tarde a jogar na rua futebol, os mais abonados financeiramente passam a tarde no computador.
Mas nos grandes centros urbanos também há classe média/baixa, o problema é que onde os jovens podem jogar? Nas estradas com carros a passar continuamente? Nos espaços verdes? Quais? No pátio dos prédios? Com poucos metros de comprimento é complicado! Pois é, nos grandes centros urbanos ainda há poucos espaços onde se possa desenvolver a prática voluntária desportiva! Espaços onde os jovens saiam do prédio e possam jogar futebol. Existem alguns, mas são poucos, não dão resposta à procura. Mas será que há tanta procura nos espaços urbanos destes espaços? Ou será que preferem passear pelos centros comerciais? Ou porque não irem ao cinema? Ou então comer um gelado e ir a uma cadeia de fast-food? Pois é, vem o sedentarismo à baila, o consumismo e falta de motivação intrínseca deitam a actividade física para segundo plano. Depois se a motivação for pequena e estiver dentro de casa será que o indivíduo vais deixar o seu filme, ou música, ou jogo para ir para a rua jogar futebol? Muitos abdicam da prática desportiva, ou outros são de tal forma protegidos pelos pais que não podem sair à rua para não se magoarem, são superprotegidos e não aprendem a enfrentar os problemas, a correr, a saltar, a cair, a suportar a dor, a querer ser melhor e a tentar evoluir.
Por isso a grande massa de talento vem da periferia, dos espaços em que não existem aglomerados populacionais, onde desde novos aprendem a andar sozinhos, a correr, saltar, a ter uma bola e a jogar com o pai na rua, a trepar uma árvore para apanhar fruta, a ir para a escola e levar uma bola de farrapos para alimentar a sua ambição de jogar, a estarem na aula suados depois de terem estado a jogar no intervalo, a almoçarem rápido e ter um raspanete da sua família porque rapidamente vão para a rua jogar.
Mas a escola também tem cota parte de responsabilidade, porque desde novos as crianças têm todo o seu tempo ocupado por actividades teóricas, estando sentados metade do dia a olhar para livros. Então desta forma querem evitar a obesidade? Querem incentivar a actividade física? O jovem tem de ter tempo para estar com os seus amigos e irem descobrir o mundo, procurarem brincadeiras, construírem casas na árvore, procurar desafios, superarem-se, aprenderem a lidar com os sentimentos, com a ansiedade, com o medo, tornarem-se autónomos.
Todos temos a responsabilidade social de fazer com que as crianças possam desfrutar da vida e possam explorar o seu potencial, desde novos, jogando em todo o lado, porque o mundo para eles deve servir de campo de futebol!
Friday, June 15, 2007
Questão: Finalização Portuguesa
A selecção nacional tem, após a saída de Pedro Pauleta, um problema a nível de pontas-de-lança. Nuno Gomes tem sido o natural eleito por Scolari, porém há, ainda, Hélder Postiga, Hugo Almeida, João Tomás.
O porque de Nuno Gomes:
É o mais experiente do lote anteriormente citado, não é o típico finalizador, tem sem dúvidas características de avançado de complemento, ou seja, não está a ser rentabilizado, pois sozinho tem a função ingrata de ser o pivot da equipa e tentar ao mesmo tempo ser o finalizador nato. Ele não está talhado para jogar a ponta-de-lança, é bom no passe e recepção, a dar apoios laterais e centrais, a gerir a circulação ofensiva, mas enquanto faz todas essas funções não tem disponibilidade para se “dedicar” exclusivamente à penetração na área. É um jogador inteligente e capaz, mas não é rentabilizado sozinho. Apesar disso é o escolhido pois o seu vasto historial e experiência adquirida proporcionaram-lhe uma posição estável na selecção e como talentoso que é, não lhe pode ser concedido um papel secundário.
As alternativas:
Hélder Postiga tem em muito semelhanças com Nuno Gomes, joga para a equipa, privilegia a circulação da bola, só não tem tão patente a experiência.
Hugo Almeida é sem dúvida a alternativa mais distinta das existentes, é alto, possante, bom remate de qualquer situação, bom de cabeça, porém menos dotado tecnicamente.
João Tomás é o menos reconhecido talvez, mas sem dúvida que poderá ser reconhecido como aposta válida, pois a sua capacidade de finalização é extremamente interessante.
A minha alternativa:
Hugo Almeida é a minha aposta, neste momento! Com jogadores tão dotados pelas alas como o caso de Cristiano Ronaldo, Quaresma, Simão ou Nani, é importante ter alguém pronto a finalizar e aproveitar os desequilíbrios laterais. Hugo Almeida é eficaz de cabeça e remate bem, é possante e muito alto, próprio para rentabilizar o trabalho dinâmico dos alas portugueses. Uma questão de menos mobilidade comparando com Nuno Gomes, mas de mais eficácia. Menos envolvimento na acção ofensiva por parte de Hugo Almeida, mas mais presença na zona de finalização.
O futuro:
Ricardo Vaz Tê, é o jogador mais capaz, tem muito potencial, desde a velocidade de execução, a boa técnica, leitura de jogo, mobilidade e eficácia. Necessita de maturação própria de um jovem, mas o futebol inglês vai-lhe proporcionar uma vivência importante para que daqui a pouco tempo seja um elemento potencial para atacar a linha da frente portuguesa.
Wednesday, June 13, 2007
Diaby
Nome: Abou Diaby
Nascido em: 11/05/1986
Nacionalidade: Francesa
Clube actual: Arsenal
Posição: Médio interior/centro
É sem dúvida um jogador com grande valia. A nível técnico é fantástico, boa recepção de bola, drible e passe. A sua visão de jogo e capacidade de manutenção da bola também são grandes qualidades deste jogador de referência. Para além da sua capacidade de transporte e distribuição de jogo sabe, também, recuperar e apoiar a sua defesa. O seu porte atlético é bastante assinalável, mas sem dúvida que a sua grande valia está na capacidade de jogo. Apoia bem o ataque, se bem que por vezes mantêm a bola no seu poder tempo de mais, mas nada que não se melhore com o ganho de maturidade. É um grande potencial que bem explorado fará com que frança tenha no seu meio campo um elemento quase que fulcral.
José Gonçalves
Nome: José Júlio Gomes Gonçalves
Nascido em: 17.09.1985
Nacionalidade: Portuguesa
Clube actual: Hearts FC
Posição: Defesa esquerda
Não poderá ser reconhecido do futebol português pois grande parte da sua formação foi feita no estrangeiro, porém revela capacidades potenciais de um futuro defesa esquerdo de eleição. Alto e possante é bom a fechar na zona central interceptando várias bolas de cabeça ou com o restante corpo. Não se poderá dizer que tem uma grande capacidade técnica, mas a sua eficácia supera algumas possíveis limitações. A defender é muito forte no um para um nas alas e bom a compensar a zona central, ganhando vários lances com o seu porte atlético. Ofensivamente não apoia continuamente, porém quando acontece tem uma boa capacidade de eficiência no cruzamento. Tem potencial, é eficaz e experiente, poderá vir a ser um defesa esquerdo de eleição.
Pedro Correia
Nome: Pedro Guerreiro de Jesus Correia
Nascido em: 27-03-1987
Nacionalidade: Portuguesa
Clube actual: SL Benfica
Posição: Defesa direito
Três jogos pelo Benfica me bastaram para ver neste jovem qualidades potenciais de um grande talento. Não é um portento a nível físico, mas compensa sem dúvida com o seu grande nível defensivo aliado a uma boa capacidade de apoio ofensivo. Defensivamente antecipa-se muito bem às jogadas, no um para um recupera diversas bolas e até de cabeça é razoável. Joga simples e eficaz, se necessário intercepta apenas o lance para ceder um lance de linha lateral, mas o princípio da eficiência prevalece sobre o princípio da invenção. Apoia frequentemente o ataque é rápido e eficaz na concretização da sua acção, falha poucos passes e cruza razoavelmente bem. Não dribla mas o seu grau técnico é bom devido ao bom passe e boa recepção. As suas chamadas frequentes à selecção provam o seu real valor. De certo que com oportunidades vai aproveitar e evoluir demostrando e explanando todo o seu potencial.
Pelé
Nome: Vítor Hugo Gomes Pessoa (Pelé)
Nascido em: 14/09/1987
Nacionalidade: Portuguesa
Clube actual: Vitória SC de Guimarães
Posição: Médio defensivo/centro
O torneio de toulon prometia revelar jovens estrelas, assim na minha perspectiva revelou uma confirmação. Pelé é sem duvida um jovem potencial de eleição. Refinado detalhe técnico é um médio defensivo construtivo, com algumas semelhanças com outro jogador mais badalado, Manuel Fernandes. A proteger a bola são muito semelhantes, costas para o adversário com rotação repentina e eficaz. Passe curto muito bom e boa visão de jogo, revela alguma maturidade própria dos consagrados. A nível defensivo compensa bem os colegas é aguerrido e muito capaz, ganhando inúmeras bolas e melhor que isso ganhando e sabendo gerir o jogo com eficácia distribuindo na altura certa. Atenção a este jovem pois certamente que com trabalho e orientação certa poderá muito bem vir a ser um dos médios mais refinados do futebol português.
Drenthe
Nome: Royston Drenthe
Nascido em: 08/04/1987
Nacionalidade: Holandesa
Clube actual: Feyenoord
Posição: Defesa/Médio ala esquerdo
Este campeonato de futebol da Europa 2007 em sub-21, revelou no jogo inaugural um talento em “bruto”. Holanda vs Israel, adivinhava-se um jogo com preponderância ofensiva da Holanda, mas quem diria que o grande propulsionador desse jogo seria o jovem defesa esquerdo Drenthe. A defender evidência força, sentido posicional, capacidade de antecipação e discernimento, para além disso tem n a sua capacidade ofensiva a “chave”. Após recuperar a bola sai rapidamente a jogar, apoio fantástico pela ala, aliando uma razoável capacidade técnica à sua força, velocidade e perseverança impar. Na segunda parte não se limitou a surpreender todos, após entrada de um defesa esquerdo, Drenthe derivou para médio e aí foi inacreditável! Participação activa em todos os lances, ou a “romper” pela ala em velocidade e a assistir os seus companheiros ou a rematar com qualquer um dos pés. Não se incomoda de fintar com um pé e rematar com outro. É sem dúvida um potencial por explorar, fascina qualquer apreciador de qualidade aliada a trabalho continuo e quase que ininterrupto.
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