Wednesday, June 20, 2007

Formação e/ou aquisição


No futebol de alto rendimento, o trabalho e resultados a curto prazo são os exigidos necessariamente. Poucos são os que pretendem uma continuação de trabalho, pelo menos no intuito de progressão sustentada, com resultados visíveis a médio/longo prazo, pois a pressão e tal que a via mais fácil é sucumbir à exigência do resultado a curto prazo.
Para atingir resultados num curto espaço de tempo, é necessário adquirir jogadores capazes, ou seja, jogadores experientes e de valia. Barato e bom é cada vez menos acessível em jogadores experientes ou reconhecidos. Barato e bom em jogadores com experiência talvez só nos campeonatos com equipas menos poderosas financeiramente, porém “metade” dos que se deslocam para Portugal, parte meia época ou época depois, por não se ambientarem, por não justificarem o investimento, por, por, por…
Enquanto esses jogadores chegam, os novos, as promessas portuguesas, ficam “retidos” em clubes que não os favorecem na aquisição de conhecimentos e não são propícios para a sua correcta evolução.
Aquisição de jogadores estrangeiros é bom, muito bom, mas só se estes forem de real valia, tendo maior capacidade dos que os existentes no mercado nacional, pois, caso contrário, estão a tapar vagas de jovens promessas, que esperam pela sua oportunidade.
A formação em Portugal é cada vez mais eficiente, surgem melhores jogadores, pelo menos mais capazes, mas muitos deles acabam a jogar em clubes de inferior nomeada, não por não terem qualidade, mas sim por não lhe serem concedidas oportunidades reais, esperando determinado tempo para confirmar (ou não) as suas capacidades.
A formação tem de ser concretizada, ou seja, os maiores clubes têm necessariamente de conceder espaço para a progressão destes jovens no seu plantel principal, apostando neles, motivando-os, confiando, esperando pacientemente pela sua evolução e comprovação da real valia.
De que serve investir avultadas somas financeiras nas camadas de formação se depois não há retribuição, não há aposta nesse investimento. Para não se apostar nos jovens não vale a pena gastar com as camadas de formação a grande nível, deixando apenas um espaço para a prática de futebol e evolução mas sem gastos avultados. Porém se a aposta é feita nas camadas de formação tem que se rentabilizar, apostando nos jovens valores, esperando pela afirmação destes, acolhendo-os nos seus planteis.
Outro grande exemplo, os clubes que contratam jovens jogadores oriundos do estrangeiro, fazem um excelente investimento, porém é só o princípio pois no término da formação não lhes concedem oportunidades de brilharem.
O futuro penso que passa por aqui, apostar na procura de jovens talentos oriundos do estrangeiro e matura-los em Portugal, ambientando-os com o futebol nacional, acolhendo-os nas camadas de formação, permitindo uma integração sã para que aquando séniores esses talentos já estejam perfeitamente ambientados com o futebol nacional. Não quero com isto dizer que não se aposte nos jovens portugueses, quero dizer sim que se é para contratar estrangeiros, que se contratem enquanto jovens, para se ambientarem, para evoluírem nas camadas de formação. Desta forma é mais barato e o risco do investimento decresce, pois se esse jogador não vir a render, não é tão danoso o prejuízo.
Após terminada a etapa de formação terá que haver a selecção de talentos, fazer a triagem dos que tem real potencialidade para integrar o plantel sénior a curto/médio prazo, ou os que será melhor encaminhá-los para clubes onde possam seguir a sua carreira futebolística, caso o entendam.
Mas essa triagem tem que ser rigorosa e efectiva, terá de haver necessariamente jogadores aptos a integrar o plantel principal, ou caso contrário, o departamento de formação terá de remodelar a sua actuação em termos de formação e captação.
Porque não reformular as políticas de contratações? As políticas de formação de planteis? Em Inglaterra nem todos os jogadores podem ser contratados, só os de real valor, ou pelo menos, os que as entidades responsáveis entendem ser bons para liga. Desta forma reduz a possibilidade de integração de jogadores “menos dotados” e por consequência a aposta real nos jogadores da formação, sejam eles de origem nacional ou não, integram os que estão na sua formação.
A aposta nos jovens em Portugal ainda é muito pequena e isso deve-se à necessidade de resultados a curto prazo. Porque não planos a médio prazo? Apostar em jovens, inclui-los nos planteis, faze-los mostrarem o seu potencial. De certo que existem vários jovens capazes, falta-lhes a aposta, a confiança, a paciência dos responsáveis pela sua inclusão.
Em suma, é financeiramente mais barato e futebolisticamente mais eficaz apostar em jovens formados nas camadas de formação, jovens captados em Portugal e no resto do mundo, para que todos se possam ambientar com o futebol nacional de formação e para que lhes sejam concedidas hipótese de afirmação.
Apostar nos jovens é urgente sejam eles de que origem forem!

1 comment:

Ruben Góis said...

tens toda a razão nas tuas frases por isso se puderes da uma olhada neste jovem talento da Madeira\funchal.
www.odinartegois.blogspot.com